Pandemia

Estudo estima mais de cinco mil infectados no Rio Grande do Sul

Primeira fase da pesquisa liderada pela UFPel testou quatro mil gaúchos em nove cidades

A população conheceu nesta quarta-feira (15) os resultados da primeira fase do estudo encabeçado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Segundo os dados divulgados, 4.189 gaúchos foram testados, 93% do esperado. Desses, somente dois testaram positivo, porém, estima-se que 5.650 pessoas possuam os anticorpos da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Os resultados serviram de base para as novas decisões do governo do Estado.

Em coletiva de imprensa, o reitor da UFPel e coordenador geral do estudo, Pedro Hallal, relembrou que o primeiro inquérito populacional foi realizado entre os dias 11 e 13 de abril, portanto os dados apresentados nesta quarta-feira são referentes há duas semanas. “Só saberemos a situação de hoje na próxima fase”, complementou. Com 93% da testagem esperada realizada, Hallal classifica a primeira saída de campo como excelente, pois seis cidades - das nove - conseguiram realizar os 500 testes, apenas Porto Alegre e Canoas não efetuaram 400 testagens e Santa Maria fechou o primeiro ciclo com 461 exames feitos.

“Mesmo com os números visivelmente pequenos é necessário ter cautela na interpretação”, alertou o reitor. Dos 4.189 testes realizados, apenas dois foram positivos, o que representa 0,05% das pessoas com anticorpos da Covid-19, ou seja, um infectado a cada dois mil habitantes. Com o fim do primeiro inquérito é possível estimar que 5.650 pessoas possam estar infectadas - há duas semanas - quantidade bem maior que a notificada até então.

Outros números apontados pelo estudo são que para cada um milhão de habitantes no RS, calcula-se que exista 500 infectados reais, 65 notificados e 1,2 mortos. Para cada caso notificado nesses nove municípios, estima-se ao redor de quatro casos não notificados. Além disso, o resultado da pesquisa demonstra que o contágio é 15 vezes o número de casos confirmados ou 11 vezes o número de casos coletados

Isolamento

Sobre o distanciamento social, o estudo checou que 20,6% da população segue saindo de casa diariamente enquanto 21,1% relataram ficar em casa todo o tempo. Os 58,3% restantes saem apenas para atividades essenciais, como supermercado e farmácia. O resultado, ainda não tão preocupante, mostra que o Estado está no início da pandemia e que os números são reflexos das medidas de distanciamento já adotadas. A próxima fase, prevista para acontecer de 25 a 27 de abril, deverá indicar o aumento nos números. “A velocidade depende das medidas de distanciamento social”, frisou Hallal.

A necessidade da permanência do isolamento também foi destacada pelo governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), durante a coletiva onde anunciou novo decreto (leia mais na página 7). Eduardo frisou a necessidade das medidas restritivas para preservar vidas.

No final do quarto inquérito, o estudo pretende ter estimado o percentual de gaúchos com anticorpos para o vírus; avaliar a velocidade de expansão da infecção ao longo do tempo; determinar o percentual de infecções assintomáticas ou subclínicas e obter cálculos precisos da letalidade.

A pesquisa

Ao todo, 18 mil moradias serão visitadas no Estado, escolhidas de forma aleatória e com embasamento científico que segue critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS). As residências estarão localizadas em oito regiões definidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Porto Alegre e região metropolitana, Pelotas, Santa Maria, Uruguaiana, Ijuí, Passo Fundo, Caxias e Santa Cruz do Sul/Lajeado.

O estudo, coordenado pela UFPel, conta com o apoio do Ministério da Saúde e a parceria de outras onze instituições de ensino superior pública e privadas: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal do Pampa (Unipampa/Uruguaiana), Universidade de Caxias do Sul (UCS); Universidade de Passo Fundo (UPF); IMED e Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS/Passo Fundo).

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